quarta-feira, 31 de março de 2010

Josep Maria Subirachs - O escultor na Ig.Sagrada Familia de Gaudí

Achei oportuno criar uma postagem para esta semana santa sobre o trabalho de Subirachs na Igreja Sagrada Família de Gaudí .
Espero que gostem.
Alfredo
Subirachs e a Fachada da Paixão

Em 1989, o escultor Josep Subirachs (n. 1927) começou a trabalhar na Fachada da Paixão do Templo Expiatório da Sagrada Família, em Barcelona. O projeto respeitou os elementos desenhados em 1911 pelo autor do conjunto, Antoni Gaudí.

O artista catalão apresenta a história da Paixão de Cristo desde a Última Ceia até à Morte, da esquerda para a direita e de baixo para cima, seguindo o trajeto de um “S” que se começa a traçar pela base.


O trabalho de Subirachs, que despertou grande controvérsia, opta por ângulos, linhas e perfis muito marcados, valorizando os volumes das roupas e o esquematismo dos corpos. Alguns dos elementos do conjunto inspiram-se em algumas das obras civis de Gaudí.

As imagens foram obtidas pelo padre jesuíta Manuel Carreira. Todas elas foram tiradas a partir do nível do solo. A luz é sempre solar, sem iluminação artificial. As fotografias não foram objecto de modificações informáticas. Os textos são assinados por Ricard Lobo.


A Paixão de Cristo segundo Subirachs


Chegou Judas, um dos Doze, e, com ele, muito povo com espadas e varapaus, da parte dos sumos sacerdotes, dos doutores da Lei e dos anciãos. Ora, o que o ia entregar tinha-lhes dado este sinal: «Aquele que eu beijar é esse mesmo; prendei-o e levai-o bem guardado.» Mal chegou, aproximou-se de Jesus, dizendo: «Mestre!»; e beijou-o.” (Marcos 14, 43-45) O detalhe da expressão severa de Jesus quando Judas quer abraçá-lo revela o dramatismo do início da Paixão




O Criptograma. Subirachs chamou a atenção do espectador para um jogo de números que esconde habilmente a idade de Cristo no momento da traição: os 16 números do quadrado permitem formar 310 combinações diferentes que somam sempre o número 33.

O Senhor Deus disse à serpente: «Por teres feito isto, serás maldita entre todos os animais domésticos e entre os animais selvagens. Rastejarás sobre o teu ventre, alimentar-te-ás de terra todos os dias da tua vida». (Génesis 3, 14)

Desde a Antiguidade a serpente tem sido símbolo do mal, da traição e do diabo por ter induzido a Adão e Eva a comer do fruto proibido no paraíso. O escultor colocou a serpente junto à figura de Judas.

Entretanto, Jesus com os seus discípulos chegou a um lugar chamado Getsémani e disse-lhes: «Sentai-vos aqui, enquanto Eu vou além orar.» E, levando consigo Pedro e os dois filhos de Zebedeu, começou a entristecer-se e a angustiar-se. Disse-lhes, então: «A minha alma está numa tristeza de morte; ficai aqui e vigiai comigo.» (Mateus 26, 36-38)

Os apóstolos Tiago e João sucumbiram ao sono, apesar do pedido angustiado do Mestre.

Voltando para junto dos discípulos, encontrou-os a dormir e disse a Pedro: «Nem sequer pudeste vigiar uma hora comigo! (...) O espírito está pronto, mas a carne é débil. (...) Continuai a dormir e a descansar! Já se aproxima a hora, e o Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos pecadores. Levantai-vos, vamos! Já se aproxima aquele que me vai entregar.» (Mateus 26, 40-46)


Pedro, qualificado por Jesus como “pedra” e base da sua futura Igreja, adormeceu sobre a rocha com a espada ao lado, que servirá para cortar a orelha de um soldado às ordens dos captores. Debaixo do corpo de Pedro aparecem ironicamente as chaves, símbolo dos poderes que o Mestre lhe havia confiado.


E, adiantando-se um pouco mais, caiu com a face por terra, orando e dizendo: «Meu Pai, se é possível, afaste-se de mim este cálice. No entanto, não seja como Eu quero, mas como Tu queres.» (Mateus 26, 39)

Este versículo indica o tema central das horas nocturnas, angustiantes no Getsemani, até ao ponto de Jesus querer livrar-se do cálice amargo e da cruz que o esperam, cálice e cruz que se vêem cinzelados sobre o bronze, à direita da cabeça. A fotografia permite observar a textura que o escultor deu ao conjunto


Por isso, também Jesus, para santificar o povo com o seu próprio sangue, padeceu fora das portas. (Hebreus 13, 12)

Esta é a primeira das três grandes portas de bronze da fachada da Paixão. Subirachs utiliza a sua superfície para representar simbolicamente cenas ou palavras da Paixão, realçando a solidão, o abandono e a angústia nocturna de Jesus no Getsemani. Destacam-se três quadros: Jesus orando prostrado em terra; Tiago e João dormindo, apoiados um no outro; e Pedro, também dormindo sobre a rocha.


E molhando o bocado de pão, deu-o a Judas, filho de Simão Iscariotes. E, logo após o bocado, entrou nele Satanás. Jesus disse-lhe, então: «O que tens a fazer fá-lo depressa.» Nenhum dos que estavam com Ele à mesa entendeu, porém, com que fim lho dissera. (João 13, 26-28)


A imagem sublinha o rosto atormentado do traidor que leva escondidas na mão as trinta moedas do preço de venda do Mestre aos seus verdugos. A legenda, em grandes caracteres, sublinha a frase que desencadeará o início da Paixão.


Tomou, então, o pão e, depois de dar graças, partiu-o e distribuiu-o por eles, dizendo: «Isto é o meu corpo, que vai ser entregue por vós; fazei isto em minha memória.» (Lucas 22, 19)

Antes da festa da Páscoa, Jesus, sabendo bem que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo. (João 13, 1)

Jesus, de perfil e com uma expressão hierática, dirige as suas últimas palavras aos discípulos, a poucas horas do seu sacrifício.

 


Jesus disse-lhe em resposta: «És feliz, Simão, filho de Jonas, porque não foi a carne nem o sangue que to revelou, mas o meu Pai que está no Céu. Também Eu te digo: Tu és Pedro, e sobre esta Pedra edificarei a minha Igreja, e as portas do Abismo nada poderão contra ela. Dar-te-ei as chaves do Reino do Céu; tudo o que ligares na terra ficará ligado no Céu e tudo o que desligares na terra será desligado no Céu.» (Mateus 16, 17-19)

Na imagem aparecem os dois primeiros apóstolos do relato evangélico e da série escultórica que começa à esquerda do conjunto: os irmãos Pedro e André, escutando as palavras do Mestre. A fotografia evidencia a expressividade que Subirachs conferiu aos personagens da narrativa.



Antes da festa da Páscoa, Jesus, sabendo bem que tinha chegado a sua hora da passagem deste mundo para o Pai, Ele, que amara os seus que estavam no mundo, levou o seu amor por eles até ao extremo (João 13, 1). Quando chegou a hora, pôs-se à mesa e os Apóstolos com Ele. Disse-lhes: «Tenho ardentemente desejado comer esta Páscoa convosco, antes de padecer» (Lucas 22, 14-15). O relato da Paixão abre com a Última Ceia, uma imagem monumental com treze figuras (Jesus e os doze apóstolos) que cobrem 10,50 metros de comprimento por 3,40 de altura. Subirachs cria uma cena de movimento e profundidade, situando Jesus de costas para o observador mas dominando o conjunto.

 


São estes os nomes dos doze Apóstolos: primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o cobrador de impostos; Tiago, filho de Alfeu, e Tadeu; Simão, o Zelota, e Judas Iscariotes, que o traiu (Mateus 10, 2-4). Estavam à mesa a comer, quando disse: «Em verdade vos digo: um de vós há-de entregar-me, um que come comigo.» Começaram a entristecer-se e a dizer-lhe um após outro: «Porventura sou eu?» (Marcos 14, 18-29). Os apóstolos escutam, com expressão grave, as palavras de Jesus dirigidas a Judas. E interrogam-se sobre quem o trairá.


 
 

Apesar da distância que separa o observador da cena, consegue apreciar-se como a belíssima escultura das pregas formadas pela toalha.



Eis que subimos a Jerusalém e o Filho do Homem vai ser entregue aos sumos sacerdotes e aos doutores da Lei, e eles vão condená-lo à morte e entregá-lo aos gentios. E hão-de escarnecê-lo, cuspir sobre Ele, açoitá-lo e matá-lo. Mas, três dias depois, ressuscitará. (Marcos 10, 33-34)


Gaudí projetou a fachada da Paixão enquadrada por uma estrutura de ossos mortos, com “o efeito mais tétrico”.

Subirachs consegue-o através de um crescendo de dramatismo de um caminho ascendente, que começa à esquerda do plano inferior com a Última Ceia, avançando para a direita, ascendendo em ziguezague até ao segundo e terceiro níveis.
Culmina a narração e o conjunto com a Crucificação, baixando depois ao Sepulcro.


Via: www.snpcultura.org

segunda-feira, 22 de março de 2010

Obra de Frei Gabriel Chavez de la Mora

Frei Gabriel Chavez de la Mora



VIA :http://www.zenit.org/article-24175?l=portuguese

Pioneiro na reforma da arquitetura religiosa do século XX

Por Gilberto Hernández

MÉXICO, terça-feira, 23 de fevereiro de 2010


Até o dia 30 de maio deste ano, estará aberta ao público, no Museo Nacional de Arquitectura del Palacio de las Bellas Artes – na Cidade do México –, a exposição 55 años de arquitectura: Fray Gabriel Chávez de la Mora. Mística y arte, com a qual se celebra a trajetória deste renomado arquiteto e monge beneditino.

Chávez de la Mora é reconhecido internacionalmente por ter contribuído na reforma da arquitetura religiosa: existem obras suas que são pioneiras no mais amplo sentido do termo, tanto porque apresentaram uma nova forma de abordar a solução do gênero religioso, como por terem sido as primeiras, adiantando-se às disposições que emanaram do Concílio Vaticano II no âmbito litúrgico, concretamente no que se refere aos espaços sagrados.


Profundo conhecedor da liturgia, Frei Gabriel Chávez se distinguiu por ser um destacado criador que desenvolveu a ourivesaria, a pintura, a escultura, o desenho de vitrais, telas e o desenho gráfico, entre outros.


Ele realizou obras nos Estados Unidos, Canadá, Itália e no Vaticano, França, Espanha, Colômbia, Costa Rica e Guatemala. Entre suas principais obras, encontra-se a nova Basílica de Nossa Senhora de Guadalupe, em colaboração com o arquiteto Pedro Ramírez Vásquez, e a capela Guadalupana no Vaticano.

A exposição apresenta painéis, maquetes, vitrais e um conjunto de mais 70 obras originais que evidenciam a variedade e qualidade do trabalho deste singular beneditino.
Frei Gabriel Chávez de la Mora nasceu em Guadalajara (Jalisco, México) no dia 26 de novembro de 1929. Estudou na Escola de Arquitetura da Universidade de Guadalajara. Ingressou na Ordem de São Bento, no mosteiro de Santa Maria da Ressurreição, em 1955.

Depois de estudar teologia no Seminário Conciliar do México, foi ordenado sacerdote pelo bispo Sergio Méndez Arceo, em 1965. No final de 1967, mudou-se para a Cidade do México, onde lhe foi confiado o desenho da Abadia do Tepeyac, seu mosteiro de residência. Recebeu numerosos prêmios e reconhecimentos no âmbito internacional.


ALGUNS TRABALHOS


























































domingo, 14 de março de 2010

RICARDO LEGORRETA E CLAUDIA MOREIRA SALLES- 2008

CAPELA PARTICULAR -BRASIL-INTERIOR DE SP



A ESCULTURA DE CRISTO NA CRUZ E A CABEÇA DE BRONZE SÃO DE VITOR BRECHERET,A BRANCA É EM GESSO E É OBRA DE MARIA MARTINS ,RETRATA A ANUNCIAÇÃO DE NOSSA SENHORA.
O MOBILIÁRIO TEM ASSINATURA DE CLAUDIA MOREIRA SALLES







O MOSAICO EM PEDRA PORTUGUESA É DE SERGIO FINGERMANN




FONTE :REVISTA CASA VOGUE 289- MAIO 2009

RICARDO LEGORRETA - NICARÁGUA- 1993

A catedral vista de fora



Capela do Crucificado



Vista para o presbitério


Confessionário com cores fortes



Coluna e cúpulas amarelas


Catedral de Manágua - Nicarágua
Em 1972 a antiga catedral de Manágua foi destruída por um terremoto.
A nova catedral está localizada na parte mais alta da cidade em uma área de
120 000 m2.
"O dia da inauguração da catedral foi verdadeiramente emocionante .
Era tanta gente , delcalços, carregando seus filhos,cantando.
Foi quando compreendi que nós arquitetos , somos agentes sociais .
Não somos gênios a fazer monumentos para nós mesmos"
Ricardo Legorreta
Fontes: